Street Fighter 6 traz uma porrada de conteúdo e diversão! Análise / Review

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Street Fighter 6 traz uma porrada de conteúdo e diversão! Análise / Review
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Mesmo que você não seja amante de videogames, é improvável que nunca tenha ouvido falar da franquia Street Fighter. Com mais de três décadas de história, muitos jogos e até mesmo um filme com Van Damme, a saga se tornou um dos principais nome da indústria do entretenimento.

O título antecessor, Street Fighter V (2016), foi lançado em meio a polêmicas por ser pobre em conteúdo. Como a Capcom sabe o peso do jogo, caprichou nas atualizações e expansões pós-lançamento, fazendo dele um título de peso no catálogo. Sete anos depois, a série retorna com Street Fighter 6.

Com uma proposta ambiciosa de trazer novos modos, mecânicas aprimoradas e um novo elenco de jogadores, será que o lançamento da Capcom irá cair nos erros do seu antecessor ou chega como o seu capítulo mais maduro? Confira em nossa análise!

Um novo desafiante

Uma das principais novidades de Street Fighter 6 é o seu modo história chamado World Tour. Basicamente, ele pode ser definido como uma aventura em mundo aberto com foco narrativo e elementos de RPG. Inicialmente, o jogador precisará criar seu avatar e começar uma jornada árdua para se tornar um grande lutador.

A aventura inicia em Metro City, local famoso da franquia Final Fight. A cidade foi totalmente reconstruída pelo lendário Mike Haggar, prefeito que encarou a temida gangue Mad Gear no mano a mano pelas ruas da cidade com a ajuda de Guy e Cody Travers. Mesmo assim, ainda há muito a ser feito e uma nova ameaça.

Como dito por uma personagem, Metro City é conhecida como uma cidade da luta. Por hobby, as pessoas fazem o famoso “cinco minutos no soco sem perder a amizade” e seguem suas vidas. Mecanicamente, ele adapta isso permitindo que você possa chamar qualquer um para uma luta.

Na própria cidade, você encontrará rostos famosos da franquia Street Fighter. Ao progredir na história, o jogador também poderá viajar para outros locais do mundo e encontrar lendas para convencê-las de que sua busca por poder é honesta e quem sabe, se tornar um pupilo.

O jogo brilha quando permite que você aprenda seus golpes e personalize seu lutador com o melhor de cada um deles, dando um belo senso de progressão na jogabilidade, mas também na narrativa.

Porém, não ache que World Tour é apenas sair na mão. A cidade de Metro City tem muitas atividades e por diversos momentos, me senti jogando um derivado da franquia Yakuza. O mapa esconde baús com itens valiosos, missões secundárias e minigames, como quebrar tábuas na pancada, como em um filme de kung-fu.

Seu personagem também conta com uma árvore de habilidades para gastar os pontos após subir de nível. Lá, você poderá escolher um aumento na vida, socos mais fortes ou até mesmo mais espaços para golpes especiais. Cada escolha dá um toque estratégico e mais pessoal ao seu lutador.

Quando lembramos que esse não é o foco de Street Fighter 6, o modo World Tour é uma excelente adição que fará os jogadores perderem horas explorando Metro City e arrumando briga com todos para se tornar o lutador mais forte do mundo, mesmo com o fantasma da repetição assombrando em algumas partes.

Novas amizades

Em jogos de luta, até mesmo nos Street Fighters passados, era comum o lobby. Essencialmente, eles são salas em que os jogadores buscam adversários e aguardam partidas. O novo capítulo evolui esse conceito com o Battle Hub, trazendo um sensor maior de comunidade.

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Agora, o jogador poderá utilizar seu avatar para interagir com jogadores do mundo todo em um ambiente 3D. Essa ideia faz com que você se sinta andando no gigantesco campeonato de eSports EVO, conhecido por ter Street Fighter como um dos seus principais medalhões.

Ao abordar jogadores em outras cabines, você poderá chamar para partidas ranqueadas, casuais e o novo batalha extrema, que falaremos mais a frente, e entrar em torneios. Além disso, Capcom coloca alguns arcades de jogos clássicos que farão os nostálgicos matarem saudades da infância.

Pacote completo

Antes de detalharmos o Fighting Ground, vamos falar sobre o elenco do jogo composto por 18 lutadores. Deste total, temos os oito “World Warriors” originais: Ryu, Ken, Chun Li, Guile, Zangief, Honda, Blanka e Dhalsim.

Outros que retornam são Cammy, Juri , Dee Jay e Luke. O último apareceu pela primeira vez na expansão final de Street Fighter V e caiu no gosto do público pelo seu carisma e estilo de luta agressivo. Ele estampa a capa do jogo e é como um novo Ryu para a geração de novatos. Já nos novos personagens, temos Lily, Jamie, Kimberly, Manon, Marisa e JP.

O “filé mignon” de Street Fighter 6 está localizado na parte Fighting Ground. Lá, os jogadores que desejam entrar na ação tradicional encontrarão diversas opções para saciarem sua vontade de sair no soco com um elenco repleto de veteranos e novatos interessantes e carismáticos.

O Fighting Ground é composto pelo modo Arcade, Versus, Batalha Extrema, Treinamento e os modos online. Vale frisar que caso você queira jogador contra outros jogadores, Street Fighter 6 conta com crossplay, isto é, jogadores em diferentes plataformas poderão lutar uns contra os outros, algo que tem se tornando tendência na indústria de videogames.

O modo Arcade funciona como o tradicional modo história da franquia. Ao escolher um dos dezoito lutadores, você verá uma animação inicial com um pouco de sua história e precisará enfrentar uma série de oponentes para ver a conclusão do seu arco. É simples, mas funciona e é viciante, principalmente por cada “zerada” liberar belíssimas artes na galeria.

Versus permite sair na mão contra um jogador ou batalhas em equipe, modos ideias para quem quer se divertir com os amigos, mas é possível lutar contra oponentes controlados pelo computador. O segundo tem diversos formatos, como Duplas e Eliminação.

Batalha Extrema é outra novidade em Street Fighter 6. Quem jogou as Torres Vivas de Mortal Kombat 11 irá se sentir em casa. Basicamente, você poderá escolher modificadores antes de cada partida, como ninguém pode pular ou sem golpes especiais, além de outras coisas mais “sádicas”, como uma chuva de bombas. Ao mesmo tempo que isso pode parecer frustrante, rende momentos de risos e diversão.

O Treinamento possui diversas modalidades para os jogadores dominarem as mecânicas de Street Fighter 6, que falaremos mais tarde. Além do modo livre, o jogo conta com um tutorial longo que detalha todos os movimentos, além de guias para cada extrair o melhor de cada lutador e fazer bonito nos duelos.

No online, o jogo traz a partida ranqueada para aqueles que amam o multiplayer competitivo. Ao lutar, você irá ganhar Pontos de Liga (LP) para ficar bem colocado no ranking do jogo. Se você não curte essa pressão, basta entrar no modo casual e lutar sem compromisso com outros jogadores que só querem diversão.

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Hadouken!

A franquia Street Fighter ficou famosa pela diversão, mas também pelo desafio. Soltar um golpe especial não costuma ser uma dificuldade para quem tem costume com jogos de luta, mas poderia ser uma tortura para os mais casuais, principalmente quando lembramos das sequências maiores com seis botões.

Pensando nisso, a Capcom teve uma sacada genial que irá agradar tanto os veteranos de mãos calejadas quanto os novatos que não sabem como fazer meia lua para frente com soco. Agora, os jogadores deverão escolher entre três tipos de controles diferentes: Clássico, Moderno e Dinâmico.

Como o nome diz, o Clássico traz a experiência tradicional com muitas sequências de botões, do jeito que os veteranos gostam. O Moderno permite que você realize ataques especiais com uma simples combinação de botões, sem precisar memorizar ou treinar movimentos complexos. Por fim, o Dinâmico traz uma proposta ainda mais acessível de golpear com o botão de Auto Ataque e deixar a IA decidir os ataques e combos.

Se você não jogava Street Fighter por achar o jogo difícil demais, você não poderá mais usar essa desculpa. Eu nunca fui um jogador habilidoso nos títulos anteriores, mas ao selecionar o Moderno, consegui soltar os especiais mais difíceis pressionando apenas três botões ao mesmo tempo, sem castigar o analógico do DualSense.

Caso tenha se aventurado por Street Fighter IV e V, irá se sentir em casa, mas precisará aprender novas mecânicas. Agora, você conta com uma nova barra de Drive, que apesar de novidade, traz mecânicas de jogos anteriores. Por exemplo, ela pode ser utilizada para efetuar o clássico “parry” de Street Fighter III ou turbinar seus golpes especiais para um efeito devastador, como em Street Fighter IV.

A barra de Drive é o elemento mais importante de Street Fighter 6 e a partir dela, você irá explorar diversas variações interessantes. Por exemplo, o Drive Impact executa um golpe poderoso que pode absorver dois ataques do oponente, com algumas exceções. Ele pode romper um ataque inimigo e abrir uma brecha para você atacar de volta.

Outro uso interessante é para aqueles “espertinhos” ficam no canto bloqueando. Se você soltar o Drive Impact nele, o bloqueio será quebrado e você poderá descer a mão no oponente sem dó. Já o Drive Rush é um impulso especial que pode ser cancelado em várias ações, obtendo recuperação de bloqueio e empurrão adicional.

Para soltar os especiais mais poderosos, há as Super Arts. Ela é uma barra de três níveis enchida quando você golpeia ou é golpeado. Quando ela chega no máximo, o jogador poderá utilizar um ataque devastador que poderá mudar o rumo da batalha; por isso, deve ser usada com estratégia.

No geral, Street Fighter 6 recompensa o jogador agressivo, mas que usa as mecânicas com inteligência e não sai apertando os botões como um alucinado. No geral, os lutadores são bem equilibrados e dominar as peculiaridades de cada um é uma experiência recompensadora.

Belezas do mundo

Na direção de arte, Street Fighter 6 utiliza o mesmo estilo de Street Fighter IV e V. Porém, você perceberá que as proporções dos lutadores estão mais próximas da realidade, mesmo que ainda haja alguns exageros. Há muitos detalhes nas roupas, cenários e na sua própria musculatura, além da escolha de cores vibrantes para enfeitaram os estágios ou os próprios golpes.

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Graficamente, o título faz bonito em quase todos os modos, mas possui algumas limitações no World Tour. Pelo escopo ser maior, algumas texturas sofrem e as animações, principalmente de personagens distantes, são toscas. É estranho estar explorando a cidade e ver um NPC distante se movendo em câmera lenta, mas não é nada grave tecnicamente.

Não experienciei bugs ou quedas significativas na taxa de quadros por segundo. O modo online conta com Rollback Netcode para partidas com conexões mais estáveis e fluidas, algo que os jogadores competitivos exigem em um título do porte de Street Fighter 6.

Na trilha sonora, Street Fighter 6 abandona o rock dos jogos antigos e abraço faixas de hip hop de Street Fighter III, algo que combina mais com o estilo urbano e seus visuais. Há um novo recurso chamado “Comentários em Tempo Real” que traz as vozes de comentaristas populares da Fighting Game Community (FGC) e outras personalidades renomadas, narrando partidas e explicando elementos de jogabilidade em inglês ou japonês.

Street Fighter 6 conta apenas com legendas em português em um bom trabalho de localização. Apesar do excelente trabalho de tradução, eu confesso que senti falta de uma dublagem em português do recurso de comentários. Com outros jogos da Capcom sendo dublados para o nosso idioma, como Resident Evil, espero que a franquia Street Fighter seja a próxima.

Vale o investimento?

Algumas pessoas dizem ser impossível agradar a gregos e troianos, mas a Capcom provou que é possível, se feito da maneira certa. Trazendo um pacote completo com muito conteúdo e novidades, dialogando com os veteranos e novatos, Street Fighter 6 é o título mais maduro, ousado e impressionante da saga.

Ele une gerações, olha para o futuro, mas não esquece a nostalgia que consagrou a franquia. Com um lançamento de peso desses, Mortal Kombat 1 e Tekken 8 precisarão ralar muito para roubarem o cinturão de jogo de luta do ano.


Street Fighter 6 estará disponível em 2 de junho para PlayStation 5, PlayStation 4, Xbox Series X|S e PC.

Elenco robusto e diversoControles variados para veteranos e novatosMantém a essência da franquiaNovas mecânicas e aprimoramentosModo online impecávelÓtima forma de conhecer a franquiaDireção de arte deslumbranteWorld Tour é um bom modo história
Gráficos no World Tour poderiam ser melhoresComentários poderiam ser dublados para nosso idioma

Gráficos

Street Fighter 6 traz belíssimos gráficos estilizados e detalhados, mas derrapa um pouco no modo
World Tour.

Jogabilidade

O jogo abraça duas gerações diferentes para permitir que todos possam se divertir de forma equilibrada.

História

O modo World Tour traz uma narrativa divertida que explora de forma interessante o universo da franquia Street Fighter.

Imersão

Com gráficos incríveis, uma jogabilidade acertada e muitos modos, Street Fighter 6 oferece uma experiência viciante e recompensadora.

Trilha Sonora

O título abandona o rock e abraça o hip hop. As vozes e efeitos sonoros são excelentes, mas seria interessante uma dublagem em português.

Nota Total

Street Fighter 6 é o maior acerto da franquia até o momento e promete ser o melhor jogo de luta do ano.

*O TechSmart agradece a Capcom por ceder uma cópia de Street Fighter 6 Deluxe Edition no PlayStation 5 para análise!

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